A Memória Humana
A memória humana é constituída pela capacidade dos seres humanos de adquirir, conservar e evocar informações através de dispositivos neurobiológicos e da interação social. A memória é um conjunto de procedimentos que permite manipular e compreender o mundo, levando em conta o contexto atual e as experiências individuais, recriando esse mundo por meio de ações da imaginação.
A memória humana pode ser dividida em três partes, cada uma com diferentes características:
Memória Rápida ou de Curto Termo
Memória de Trabalho ou Temporária
Memória Permanente ou de Longo Termo
A memória rápida ou de curto termo é aquela que recebe as informações de entrada captadas pelos olhos, ouvidos, olfato e tato e os passa ao sistema cognitivo. É nela também que são depositadas as informações de saída, ou seja, as informações que se expressa com a fala, movimentos e ações.
A memória rápida tem este nome porque armazena as informações por um período de tempo muito pequeno, da ordem de 10 segundos, e além disto contém informações de ações que se desenvolve repetidamente em frações de segundos, donde se conclui que seu acesso é extremamente rápido.
A memória de trabalho recebe este nome porque é nela que as informações que chegam da memória de curto termo, são trabalhadas, são concatenadas, para depois serem enviadas para a memória permanente. Ela é portanto, uma memória temporária, e as informações ali contidas podem ser retidas por um tempo bem maior que a memória rápida, porém não de forma permanente.
A memória permanente tem este nome porque consegue armazenar lá informações que como diz o nome são permanentes e para sempre. Também é conhecida como memória de longo termo porque é uma memória de grande capacidade, aliás, capacidade até dita ilimitada segundo alguns estudiosos. O que efetivamente ainda não se sabe é como lá colocar tamanha quantidade de informações em tempo relativamente curto. Um exemplo que mostra a validade desta afirmação é o caso de pessoas que se dedicam a estudar certos temas com profundidade de detalhes, sendo capazes até de dizer a página do livro que contém certa informação.
O processo de repetição, é um dos mecanismos mais infalíveis que a memória humana dispõe. Assim, muitos projetistas o usam de forma racional, ou seja, que a repetição não seja maçante. O efeito esperado é que estas informações repetidas acabem por se fixar na memória permanente. Nem sempre isto ocorre, pois ainda que se repita várias vezes, se o leitor entender que esta informação lhe é irrelevante, ele não reterá esta informação na memória,permanente. Um exemplo, poderia ser uma pessoa que não gosta de futebol, mas que pelo bom desempenho de um certo jogador, ouve seu nome e referências a respeito de seu desempenho durante vários dias, nos jornais e tele-jornais. Durante alguns dias o avesso a futebol seria capaz de repetir o nome e as façanhas do jogador. Entretanto, algum tempo (meses ou anos) depois o anti-futebolista será incapaz de lembrar sequer a época, nome e fatos do jogador, pois na sua avaliação não valia a pena "gastar" memória para tal informação, considerada irrelevante.
A Memória e os Processos de Comunicação
O ser humano se comunica com outros seres de diversas formas, isoladas ou combinadas, utilizando-se de seus 5 sentidos:
Visão
Audição
Tato
Olfato
Gosto
Seis mecanismos diferentes de memória são ativados:
Memória Visual
Memória Auditiva
Memória Mecânica
Memória Táctil
Memória Olfativa
Memória gustativa
A partir destes sentidos, pode-se estabelecer 9 tipos de comunicação, listadas por ordem inversa de eficiência, ou seja a primeira é a menos eficiente:
1 - Comunicação pelo Gosto ou Gustativa (Memória Gustativa)
É a comunicação que vem do gosto, pelo toque da língua, bem como pela ação de beber ou comer. O índice de eficiência é cerca de 1%.
2 - Comunicação pelo Tato ou Táctil (Memória Táctil)
É a comunicação que vem pelo tato, tanto das mãos (mais sensível) como por outras partes do corpo. Isoladamente o grau de eficiência é de 1,5%.
3 - Comunicação pelo Olfato ou Olfativa (Memória Olfativa)
É a comunicação que vem pelo olfato, ou seja, o nariz sente um cheiro e é levado ao cérebro. O índice de eficiência é da ordem de 3,5%.
4 - Comunicação pela Audição ou Auditiva (Memória Auditiva)
É a comunicação que vem pelo que se ouve, ou seja, os ouvidos transmitem ao cérebro o que ouvem, levando ao cérebro as informações captadas. O índice de eficiência é da ordem de 9%.
5 - Comunicação Táctil pela Escrita (Memória Mecânica)
É a comunicação que vem pela caligrafia quando se copia ou se registra idéias e fatos que se vê ou imagina, ou seja, o ato de escrever de próprio punho, ativa um mecanismo chamado "memória mecânica". Esta memória combina a memória visual com a do tato, tendo um índice de eficiência da ordem de 10%.
6 - Comunicação pela Visão (Memória Visual)
É a comunicação que vem pelos olhos e é responsável por cerca de 75% do que se grava na memória. A comunicação através da memória visual pode ser captada por 4 formas diferentes:
6.1 - Comunicação Escrita (Memória Visual)
É a comunicação que vem através de um documento escrito, em papel ou numa tela. O índice de eficiência da leitura de textos em papel é maior do que em tela.
6.2 - Comunicação Gráfica (Memória Visual)
É a comunicação que vem através de símbolos, desenhos, plantas, diagramas, ícones, fotos ou outros recursos gráficos isoladamente. É o caso da maioria das placas de trânsito, onde um único símbolo tenta traduzir o que a placa representa, de forma rápida e eficaz. Sabe-se que 80% das coisas que se vê são captadas por símbolos, desenhos, etc., ou seja, do total, 60% de eficiência (80% de 75% = 60%).
6.3 - Comunicação Visual (Memória Visual)
É a comunicação que vem da junção da comunicação gráfica com a escrita, onde um símbolo, desenho, etc., vêm acompanhados de palavras-chave ou textos que complementam o símbolo, desenho, etc. Usando o mesmo exemplo de placas de trânsito, há uma placa que significa "cuidado, pista derrapante" mas que pode vir acompanhado da expressão "Em dias de chuva".
6.4 - Comunicação Áudio-Visual (Memória Visual e Auditiva)
É a comunicação que junta a comunicação Visual, com a auditiva. É considerada a mais eficiente de todas. O dispositivo cognitivo do cérebro ativa os dois principais sentidos, chegando-se a um índice de cerca de 84% de eficiência.
Basicamente o ser humano memoriza/aprende em média:
10% DO QUE OUVE
30% DO QUE VÊ
50% DO QUE VÊ E OUVE
70% DO QUE VÊ, OUVE E DIZ
90% DO QUE VÊ, OUVE, DIZ E FAZ
Como percebemos a necessidade da formulação de visuais para a memorização torna-se praticamente indispensável para um bom desempenho da criança em relação a fixação das histórias e textos. Sempre que possível deve-se utilizar esses recursos. Desde a utilização de um quadro de giz até o uso de retro-projetor, os visuais ajudam e muito a memorização dos princípios ensinados.
Os visuais auxiliam a mente a gravar os ensinamentos com mais facilidade porém, estes devem ser adaptados à cada faixa etária e explorados sem medo, com entendimento e eficiência.
TÉCNICAS de MEMORIZAÇÃO
Segue as principais técnicas de memorização que estão sendo usadas pelos mais diversos ramos do conhecimento de hoje. Há, ainda, outras técnicas que são conhecidas e utilizadas, porém em ambientes controlados, como por exemplo: laboratórios de psicologia, institutos de pesquisa neurológica entre outros, por isso a opção foi de apresentar as mais usadas e conhecidas pelo público em geral.
MNEMÔNICA: O princípio das técnicas mnemônicas consiste basicamente em estabelecer associações criativas entre as informações a serem memorizadas. Assim, quanto mais associações são criadas, mais fácil será a lembrança da informação aprendida.
MAPEAMENTO MENTAL: Por volta de 1970, o psicólogo inglês Tony Buzan desenvolveu uma técnica de memorização bastante eficaz conhecida por Mapeamento Mental.Segundo Buzan, não faz sentido estudar alguma coisa e não conseguir lembrar-se dela depois. E essa "falha" normalmente acontece porque as pessoas são habituadas a fazer anotações lineares, organizadas, item por item. Porém não é assim que o cérebro funciona.Buzan propôs aos seus alunos que "desenhassem" as informações em forma de árvores, com muitos galhos e, de preferência, bem coloridas. Esses galhos deveriam cruzar-se com outros galhos, estabelecendo assim uma espécie de "rede de comunicação" com todas as informações associadas entre si. O resultado foi o melhor possível.
MÉTODO da ASSOCIAÇÃO: Neste método nós associaremos algo que queremos lembrar, e que é para nós desconhecido, com alguma coisa que nos é familiar, ou que apresenta uma rima com a palavra de origem. Ou seja, associamos algo difícil de lembrar com algo fácil de lembrar, de modo que tenham uma relação entre si.
TÉCNICA do LINK: Essa técnica consiste em vincular palavras com uma história que seja significativa para a pessoa, podendo ser adaptada de qualquer tipo de história conhecida da literatura ou mesmo de histórias criadas pelo próprio sujeito.
TÉCNICA CHIP: A técnica conhecida por Chip trata da associação de palavras que sejam realmente significativas para a pessoa podendo ser imagens conhecidas do público em geral ou, ainda, serem criadas pelos próprios sujeitos.
TÉCNICA do EMPILHAMENTO: Essa técnica baseia-se na visão de objetos e traz excelentes resultados de memorização àquelas pessoas que têm uma predisposição quando se trata do visual e podem ser associadas, principalmente, à obras-primas.
TÉCNICA do CÓDIGO NUMÉRICO: Essa técnica consiste em corresponder um número a uma letra, ajudando muito na codificação e decodificação de textos, muito usada por militares.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. (Original de 1929)PROUST, M. Em busca do tempo perdido. Rio de Janeiro: Globo, 1988.
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Há 2 semanas